25.º CEO Survey Global

Otimismo dos CEO atinge máximos de 10 anos – 3/4 esperam uma economia global mais forte em 2022

  • 77% preveem uma economia global mais forte no próximo ano; apenas 15% esperam condições mais fracas;

  • O otimismo sobre o crescimento da economia global é maior face ao ano passado na perspetiva da Índia, Japão, Reino Unido, França, Itália; é um pouco menor nos EUA, China, Brasil, Alemanha;

  • Existe uma forte correlação entre a confiança dos consumidores e a confiança dos CEO;

  • Os riscos cibernéticos e de saúde são classificados como as principais ameaças globais, seguidos de perto pela volatilidade macroeconómica;
  • Os CEO identificam os EUA como o destino de crescimento mais importante nos próximos 12 meses, a nível global, seguido pela China;

  • Os compromissos Net Zero estão atrasados ​​para muitos – menos de um quarto dos CEO disseram que as suas empresas assumiram compromissos.

Os CEO continuaram a enfrentar a pressão gerada pela atual pandemia de COVID e pelas atuais condições do mercado, como o aumento da inflação, ruturas na cadeia de abastecimento e o fenómeno de demissões em grandes volumes (“Great Resignation”) que se verifica em algumas partes do mundo. Apesar das contrariedades, os CEO inquiridos no nosso estudo são os mais otimistas dos últimos 10 anos no que toca às perspetivas de uma economia mais forte em 2022. 77% dos CEO indicam estar confiantes que a economia global vá melhorar, enquanto apenas 15% esperam que haja uma regressão.

Estas são algumas das conclusões do 25.º CEO Survey Global da PwC, que inquiriu 4.446 CEO em 89 países e territórios, entre outubro e novembro de 2021.

Embora exista um otimismo geral quanto ao crescimento económico em 2022, a perspetiva varia muito de país para país e de região para região. Entre as maiores regiões, o otimismo é maior na Índia, onde 94% dos CEO antecipam o crescimento global no próximo ano, acima dos 88% comparado ao do ano passado. O otimismo também está em alta entre os CEO no Japão (mais 16 pontos percentuais para 83%, contra 67% no ano passado) e é ligeiramente superior no Reino Unido (um aumento de cinco pontos percentuais para 82%). Itália e França registaram grandes aumentos no otimismo dos CEO, talvez como resultado de recuperações económicas mais fortes do que o esperado. O otimismo dos CEO em Itália atingiu 89%, um aumento de 18 pontos em relação ao ano anterior, enquanto que França registou o maior aumento no otimismo dos CEO, subindo 25 pontos para 85%.

Em contrapartida, o otimismo dos CEO em relação à economia global diminuiu consideravelmente nos EUA, descendo 18 pontos para 70%, caindo ainda ligeiramente no Brasil, (descendo 7 pontos percentuais para 77%), na China (descendo 9 pontos percentuais para 62%) e na Alemanha (descendo 4 pontos percentuais para 76%), talvez porque a inflação e as restrições da cadeia de abastecimento se tornaram mais problemáticas. 

Embora os CEO dos EUA possam ser menos otimistas em relação à economia global, estes estão comparativamente mais confiantes nas perspetivas de crescimento das suas próprias empresas, sendo que 40% estão extremamente confiantes em alcançar o crescimento da receita em 2022. Os CEO da Índia estão igualmente confiantes nas perspetivas das suas empresas.

Bob Moritz, Global Chairman da PwC

“Este ano a confiança parece estar ligada a tudo, desde o otimismo quanto ao crescimento das receitas até ao compromisso Net Zero. Olhando para o futuro acreditamos que as Organizações construídas sobre uma base forte de confiança serão reforçadas e os seus CEO estarão melhor posicionados para proporcionar resultados sustentados que contribuam para um sucesso a longo prazo".

Bob Moritz,Global Chairman da PwC

O poder da confiança 

A confiança nunca foi tão importante para o sucesso de uma empresa e nunca foi tão difícil de a ser conquistada e mantida. Com base nas respostas a questões sobre o comportamento dos clientes, os resultados mostram uma correlação entre a confiança destes e a dos próprios CEO. 71% dos CEO de empresas com níveis elevados de confiança por parte dos seus clientes estão, também, muito ou extremamente confiantes nas perspetivas de crescimento de receitas das suas empresas nos próximos 12 meses.

A confiança correlaciona-se, também, com os compromissos Net Zero. Os CEO de empresas com elevados níveis de confiança são significativamente mais propensos a liderar Organizações que tenham assumido um compromisso Net Zero (29%), do que os de empresas com níveis de confiança mais reduzidos (16%).

Cerca de metade dos CEO que lideram Organizações com um maior índice de confiança têm associadas ao seu bónus pessoal e ao seu plano de incentivos métricas referentes à satisfação do cliente (51%) e ao envolvimento da força de trabalho (46%).

Os riscos cibernéticos e de saúde são as principais preocupações dos CEO

O otimismo dos CEO é elevado na sua maioria, mas estão também conscientes das potenciais ameaças que poderão afetar as suas Organizações durante este ano.

À semelhança de 2021, os riscos cibernéticos e de saúde ocupam os primeiros lugares entre as principais ameaças globais, selecionadas por 49% e 48% dos CEO, respetivamente. Não muito atrás está a volatilidade macroeconómica (43%), sobretudo devido ao potencial impacto do aumento da inflação, flutuações do PIB e questões do mercado de trabalho no próximo ano.

Outra grande preocupação subjacente é a capacidade de atrair e reter talentos – 69% dos CEO estão preocupados com os riscos de desigualdade social e referem isto como um impacto.

A perceção quanto às ameaças varia, mais uma vez, de acordo com a geografia. Mais de metade dos CEO da Ásia-Pacífico estão muito ou extremamente preocupados com os riscos associados à saúde, à exceção da China (58% vs 42%).

CEO globais olham para os EUA em busca de crescimento

Quando os CEO procuram crescimento de receita fora do seu país de origem para 2022, os EUA são vistos como tendo o maior potencial para tal, com 41% a classificarem-no como um dos primeiros países nas perspetivas de crescimento das suas Organizações (35% em 2021).

A China ocupa o segundo lugar, com 27%, comparável ao ranking do ano passado, seguido pela Alemanha (18%) e Reino Unido (17%, um aumento de 6 p.p. face a 2021).

Para os CEO americanos, o Reino Unido é o considerado o país mais relevante para o crescimento das receitas, seguindo-se a China. Já os CEO chineses classificam os EUA como o parceiro mais importante para o crescimento da receita (29%), seguidos pela Austrália (24%), Alemanha (23%) e Japão (23%).

Compromissos Net Zero estão atrasados para muitos

O nosso survey mostra que é necessário fazer um maior progresso para atingir as metas climáticas globais, uma vez que menos de um terço dos CEO inquiridos afirmaram ter assumido um compromisso de redução de emissões. Apenas 22% indicaram que as suas Organizações assumiram compromissos Net Zero, enquanto 29% referiram que esse compromisso está em curso.

Com resultados semelhantes, 26% dos inquiridos assumiram um compromisso de neutralidade carbónica, enquanto 30% indicam estar a desenvolver os requisitos para assumir este compromisso. 

Apenas um terço dos CEO identificaram as alterações climáticas como uma das principais preocupações a ter durante este ano, uma vez que consideram não afetar o crescimento da receita no curto prazo. No entanto, a longo prazo, será essencial garantir que os compromissos Net Zero são centrais nas estratégias das Organizações, não apenas para mitigar os riscos das mudanças climáticas, mas para dar, também, resposta às expectativas de clientes, investidores e colaboradores.

Cerca de 57% dos CEO que não assumiram compromissos de neutralidade carbónica ou Net Zero, afirmaram que não acreditam que as suas Organização sejam responsáveis por emissões significativas de gases de efeito estufa (GEE). Este argumento foi, sobretudo, referido pelas áreas de tecnologia (74%), serviços de negócios (72%) e seguros (71%). Muitas das respostas obtidas podem ter sido apenas baseadas nos cálculos referentes às emissões de âmbito 1 (diretas) e emissões de âmbito 2 (indiretas). Contudo, não consideraram as emissões de âmbito 3, que são geradas ao longo de toda a cadeia de valor, o que inclui as atividades de fornecedores e de outros parceiros.

Ainda que 63% dos CEO tenham indicado o fator de mitigação dos riscos das mudanças climáticas como tendo muita influência nas estratégias Net Zero, uma grande maioria (61%) justifica-as como uma decisão para atender às expectativas dos clientes.

Das Organizações que apresentam compromissos Net Zero alinhados com a ciência, 70% incluem metas de emissões na sua estratégia corporativa. Adicionalmente, um terço destas, ou das que estão ainda a traçar um compromisso em linha com as conclusões científicas, indicam que a performance nas métricas referentes às emissões se encontra associada à remuneração do CEO.

“Ao longo de 25 anos do Global CEO Survey, vimos os CEO enfrentarem desafios – desde o rebentar da bolha das dot-com até à crise financeira global. Atualmente, novos desafios impostos pela pandemia global de COVID-19 e pelas alterações climáticas estão a testar os CEO como nunca antes. Contudo, independentemente da questão ou do ano, uma constante verificada é a importância fundamental de estabelecer confiança. Este ano a confiança parece estar ligada a tudo, desde o otimismo quanto ao crescimento das receitas até ao compromisso Net Zero.”

Bob Moritz,Global Chairman da PwC

  

Sobre o inquérito

PwC entrevistou 4.446 CEO em 89 países e territórios entre outubro e novembro de 2021. Os números globais e regionais deste relatório são ponderados proporcionalmente ao PIB nominal nacional ou regional para assegurar que os pontos de vista dos CEO são representativos em todas as principais regiões. Os números a nível da indústria e do país baseiam-se em dados não ponderados da amostra completa de 4.446 respostas. Mais detalhes por região, país e indústria estão disponíveis mediante pedido. 94% das entrevistas foram realizadas online e 6% por correio, telefone ou pessoalmente. Todas as entrevistas quantitativas foram conduzidas numa base de confidencialidade. Realizámos, ainda, entrevistas aprofundadas com CEO de cinco regiões globais – América do Norte, América Latina, Europa Ocidental, Ásia-Pacífico e África.

Algumas destas entrevistas são citadas no relatório. Na maioria dos casos, as entrevistas completas podem ser encontradas em strategy-business.com/mindoftheceo.

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