Desde sempre a PwC, em Portugal, assumiu um compromisso de apoio e desenvolvimento das empresas familiares.
As empresas familiares são um pilar da economia nacional e global. Se pensarmos nos milhares de colaboradores das empresas familiares e nos milhões de euros de contributo para as exportações e para o produto interno bruto, temos uma noção da enorme importância do que estamos a falar.
O desafio da criação de uma ponte entre o curto prazo e o longo prazo nas empresas familiares é um tema crítico para a sustentabilidade futura de qualquer empresa familiar. Estratégia, médio prazo, consolidar, são palavras a ter em conta quando estamos a falar de criar uma ponte entre o curto prazo e o longo prazo.
Para além da profissionalização dos negócios, fator crítico de sucesso das empresas em rápido crescimento, é necessário ir mais longe preparando atempadamente a sucessão.
Na opinião dos partners da PwC Jaime Esteves e Miguel Marques:
Acreditamos que com mais este importante documento a PwC reforça, em Portugal, o seu compromisso com o desenvolvimento das empresas familiares.
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"Aquelas empresas que preparam uma sucessão sólida e consensual e partilham o processo com todas as partes interessadas são aquelas que em geral conseguem ter sucesso na sucessão."
Os resultados deste ano mostram que, apesar das condições económicas adversas e do crescente ritmo da mudança, as empresas familiares continuam a revelar vitalidade, sucesso e ambição. Os números dizem-nos que as empresas familiares são uma peça fundamental em todas as economias, proporcionando estabilidade, um compromisso a longo prazo e responsabilidade perante as suas comunidades e trabalhadores. Revelam ainda que as empresas familiares podem ser uma força motriz para a mudança e a inovação. Todos estes aspetos são extremamente positivos, e o facto de o panorama geral permanecer inalterado durante grande parte da década diz muito da capacidade de adaptação deste setor. Mas a ausência de qualquer alteração significativa de um inquérito para o outro em áreas como a sucessão, a globalização, o mundo digital e a inovação constitui motivo de preocupação. Apesar da extraordinária longevidade de algumas empresas familiares, em média, as empresas do setor sobrevivem apenas três gerações.
Está a tornar-se evidente, quer pelos resultados do inquérito, quer pelo trabalho desenvolvido pela PwC junto de proprietários e de executivos em todo o mundo, que os desafios colocados pelo processo de sucessão são apenas uma face, ainda que altamente relevante, de uma questão mais alargada.
As empresas familiares sentem orgulho, e com razão, na sua vontade em manter uma postura de longo prazo, a pensar em termos de gerações, em vez de anos ou mesmo meses. No outro lado da balança, as empresas familiares lidam de forma competente com a gestão quotidiana: a parte prática da gestão de um negócio.
O desafio encontra-se no meio: ter um plano estratégico que permita ligar o ponto onde o negócio se encontra atualmente, com a visão de longo prazo do ponto onde este poderá estar.
Todas as empresas chegam eventualmente a um ponto em que têm de profissionalizar a forma como operam, implementando processos mais rigorosos, estabelecendo um governance bem delimitado, e recrutando competências a partir de fora. As empresas familiares não são exceção. O inquérito deste ano prova, mais uma vez, a importância destas prioridades. Por exemplo, 43% dos inquiridos afirmam que a necessidade de profissionalizar o negócio é a prioridade-chave nos próximos cinco anos.
Mas a empresa familiar possui uma outra dimensão que as outras empresas não têm de enfrentar: a própria família. Neste âmbito, as questões são muito mais difíceis de resolver. Tornam-se mais pessoais, mais complexas, e os riscos de um falhanço são potencialmente fatais. Conforme já afirmámos em várias ocasiões “as empresas familiares falham por motivos relacionados com a família”. Não é por isso uma surpresa que o progresso nesta área seja mais lento, ou que algumas empresas gostem de pensar que fizeram progressos, quando na verdade muito pouco mudou.
Nos próximos cinco anos iremos provavelmente assistir à maior transferência inter-geracional de riqueza jamais vista na economia moderna. Muita desta riqueza terá a forma de ações em empresas familiares, o que justifica a importância crucial de uma abordagem mais robusta ao planeamento da sucessão para todo o setor das empresas familiares, e por arrasto, para as economias que estes ajudam a sustentar.
Uma alteração desta magnitude coloca riscos elevados, mas também abre um mar de oportunidades, com uma nova geração em espera, mais ambiciosa, mais flexível e indiscutivelmente melhor preparada que qualquer uma das suas antecessoras.