Eventos inesperados, como a pandemia de COVID-19 ou a guerra na Ucrânia, e as suas consequências económicas e os atuais desafios dos preços de energia, os países e empresas têm decisões importantes a tomar para o futuro.
Apesar de todos os obstáculos, tem-se verificado um aumento no número de empresas comprometidas com o objetivo net zero, e parecem estar prontas para tirar partido de algumas novas oportunidades.
As empresas com maior ambição e foco na antecipação irão apresentar vantagens competitivas face às que se limitem a cumprir as exigências legais e de regulação. A questão que se coloca é:

“A ambição para uma economia net zero continua a aumentar, mas o progresso na descarbonização tem vindo a diminuir.”
O processo de identificação e avaliação dos riscos climáticos é fundamental para que as empresas estejam preparadas para não só mitigar, mas sobretudo prevenir os seus impactos no negócio. Contudo, existe ainda um longo caminho a percorrer no que toca a este tema.
De acordo com os resultados do presente estudo, 66% das empresas inquiridas indicam ter as alterações climáticas presentes na sua agenda enquanto prioritárias e em análise. 32% responde que consideram este tema, mas apenas numa ótica de acompanhamento, enquanto 2% não consideram este tópico relevante.
Não obstante, é preocupante concluir que 60% diz não ter um plano de ação para a redução de emissões e/ou cumprimento das metas definidas. No que toca a uma avaliação dos riscos e das oportunidades relacionados com as alterações climáticas, 42% afirmam tê-la realizado e quantificado, enquanto 34% só o fizeram de forma qualitativa.
Percentagem de respostas | n = 50
“O aumento da ocorrência de eventos climáticos, a escassez de água, a perda de colheitas ou os danos em infraestruturas, podem resultar em crises alimentares, energéticas e sanitárias com consequências devastadoras para a sociedade e para a estrutura económica das empresas. É por isso essencial que as empresas conheçam e compreendam os principais riscos e oportunidades associadas às alterações climáticas e à transição para uma economia net zero.”
Cláudia Coelho, Sustainability and Climate Change Partner
Ainda que se verifique uma tendência para que o cumprimento de metas ambientais se torne obrigatório, muito por força da multiplicidade de iniciativas regulatórias e legislativas, as empresas que o façam voluntariamente apresentam vantagens competitivas.
66% dos inquiridos pelo nosso survey dizem realizar, ou já o ter feito em algum momento, um inventário das suas emissões de gases com efeito estufa. Entre este grupo de respondentes, 91% refere que as emissões contabilizadas no cálculo da sua Pegada de Carbono são as diretas (âmbito 1(1)), enquanto 67% consideram as emissões indiretas (âmbito 2(2)).
Quando questionadas sobre o tipo de medidas que têm implementadas, ou que tencionam implementar, para a redução das suas emissões, 84% das empresas referem a eficiência energética e 82% a utilização de energias renováveis como principais iniciativas. 34% apontam a compensação de emissões como principal via. Entre estes respondentes, o investimento em energias renováveis é apresentado como principal projeto de compensação (56%).
Percentagem de respostas | n = 50
Atendendo aos resultados apurados pelo presente survey, verifica-se uma compreensão do que implica o objetivo net zero entre a maioria das empresas inquiridas. 64% referem que ter uma estratégia net zero consiste em igualar as suas emissões de carbono ao volume retirado da atmosfera. Não obstante, não é de desconsiderar o número de empresas que apresenta ainda dúvidas sobre o que significa este objetivo, e 8% indica mesmo não ter se todo esse conhecimento.
De facto, 40% das empresas inquiridas mostram não ter ainda conhecimento necessário sobre o net zero, nem do que representa para os seus negócios.
(1) Âmbito 1
Emissões resultantes de fontes detidas ou controladas pela Organização.
(2) Âmbito 2
Emissões provenientes da produção de eletricidade, vapor ou calor/frio comprados pela Organização.
Percentagem de respostas | n = 50
Identificar e priorizar riscos e oportunidades climáticas ajuda as empresas a avaliar as implicações de valor e as iniciativas de mudança.
É essencial que as empresas compreendam e tenham a capacidade de avaliar as questões de sustentabilidade que são críticas para a sua atividade.
O alinhamento do modelo operacional da empresa com a estratégia definida para atingir o objetivo Net Zero, permitirá colocar o foco em várias áreas prioritárias.
A transparência quanto às métricas recolhidas e monitorizadas e a sua divulgação através de relatórios internos e externos é cada vez mais importante.
O estudo que aqui apresentamos teve como base as respostas de 50 gestores de empresas em Portugal inquiridos em 2022, de diversos setores de atividade económica. O seu principal objetivo está na compreensão de qual o atual nível de maturidade das empresas nacionais relativamente ao tema net zero, que metas têm as empresas definidas para o efeito, bem como que medidas estão a implementar e de que forma estão a monitorizar os seus resultados. Agradecemos a todos aqueles que despenderam do seu tempo para participar no nosso inquérito, dando o seu valioso contributo para a realização deste estudo.
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Cláudia Coelho
Sustainability and Climate Change Partner, PwC Portugal
Marketing & Business Development, Director, PwC Portugal
Knowledge & Research Senior Manager, PwC Portugal