As propostas surgem no seguimento das preocupações dos operadores que se dedicam ao comércio internacional, designadamente através de plataformas digitais, mas também das autoridades fiscais quanto ao nível da fraude e evasão fiscal que se verifica neste segmento.
Do lado das empresas tem sido demonstrada a sua preocupação e descontentamento pelo facto de o sistema do IVA permanecer complexo, oneroso e mesmo ultrapassado face às novas dinâmicas do mercado.
Por seu lado, a Comissão Europeia estimou que, só em 2020, os Estados-membros deixaram de arrecadar cerca de 93 mil milhões de euros de receita de IVA.
Para responder a estas preocupações, em julho de 2021 entraram em vigor diversas alterações às regras de IVA, no âmbito do denominado “Pacote IVA do Comércio Eletrónico”, focando essencialmente vendas de bens à distância dentro do território da União Europeia.
Agora, a Comissão Europeia apresentou o pacote legislativo «Regras do IVA para a era digital», cujo objetivo primordial é o de modernizar o sistema do IVA para o comércio digital de serviços, tornando-o mais user friendly para os operadores, mas, simultaneamente, mais robusto no combate à fraude e evasão fiscal. Pretende-se que sejam também ajustadas as regras instituídas em 2021, alargando a aplicação do balcão único nas vendas à distância de bens em segunda mão, obras de arte, artigos de coleção e antiguidades.
O pacote legislativo ora em análise compreende três pilares:
Nos próximos artigos, iremos tratar de cada um destes pilares.
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Susana Claro
Indirect Tax Partner, PwC Portugal
“A Comissão Europeia apresentou o pacote legislativo «Regras do IVA para a era digital», cujo objetivo primordial é o de modernizar o sistema do IVA para o comércio digital de serviços, tornando-o mais user friendly para os operadores, mas, simultaneamente, mais robusto no combate à fraude e evasão fiscal.”
Aceda aos artigos da PwC sobre as propostas de alteração das regras do IVA e fique a par das suas implicações