O último episódio do podcast da PwC, "Take on Tomorrow" ("How to fund the data centre boom?") centra-se nos data centres, infraestruturas que estão a dominar a transformação digital dos últimos anos, e que são motores essenciais da economia digital. A sua importãncia tem crescido exponencialmente devido à explosão de dados, à adoção da cloud e ao avanço da inteligência artificial.
Esta tendência emergente traz consigo oportunidades estratégicas para empresas e países, mas também apresenta desafios significativos em termos de investimento, sustentabilidade e colaboração entre setores.
Em Portugal e na Europa, este crescimento traz oportunidades de competitividade e soberania digital, mas também desafios de sustentabilidade e colaboração entre setores públicos e privados.
O podcast "Take on Tomorrow" explora tendências emergentes e o seu impacto nos negócios e na sociedade, abordando tópicos com IA generativa, transição energética, mobilidade do futuro, entre outros - uma ótima fonte de inspiração para líderes que querem antecipar o amanhã.
Nos últimos anos, os data centres tornaram-se infraestruturas críticas da economia digital, tão essenciais como a eletricidade ou os transportes. A explosão de dados produzidos e consumidos, alimentado pela transformação digital acelerada, pela adoção de cloud e pelo avanço da IA, está a gerar uma procura sem precedentes por capacidade de armazenamento e processamento, impulsionando uma necessidade significativa de investimentos em data centres a nível global.
Enquanto “motores digitais”, os centros de dados, tornaram-se infraestruturas críticas, mas exigem investimentos colossais e modelos de financiamento inovadores para serem construídos e operados.
Praticamente todos os setores da economia estão a digitalizar processos e operações, gerando um enorme volume de dados. Nos últimos três anos, criou-se mais informação do que em toda a história anterior. Estes dados, que vão desde transações financeiras a vídeos em streaming, exigem armazenamento e processamento intensivo. Simultaneamente, a sociedade continua a exigir mais capacidade de computação em cloud, seja para streaming mais fluido, serviços empresariais mais abrangentes ou aplicações emergentes como veículos autónomos. Estas tendências já impulsionavam o crescimento dos centros de dados, que veio ser alavancado pelo uso crescente da Inteligência Artificial. Neste contexto, os centros de dados são a “coluna vertebral” da tecnologia moderna, onde a energia é um verdadeiro fator crítico para sustentar esta expansão.
A IA emergiu como motor de inovação transversal, exigindo computação intensiva. Modelos generativos e de machine learning são treinados e executados em centros de dados com hardware especializado. Ao mesmo tempo, a migração para a computação em cloud levou empresas a deixarem de ter servidores próprios, passando a usar grandes data centers externos.
Na Europa, o boom dos dados é acompanhado por esforços para garantir autonomia digital, bem como leis de proteção de dados e requisitos setoriais que exigem, em alguns casos, que a informação seja armazenada em território nacional ou comunitário. Essa combinação de fatores incentiva governos e empresas europeias a investir em data centres domésticos, reforçando a capacidade local de processamento e a segurança jurídica sobre ativos digitais.
Os centros de dados exigem investimentos massivos em construção, tecnologia e ligações de energia. Cada projeto envolve tipicamente investimento avultados, com necessidades de financiamentos complexas e que podem ultrapassar os recursos corporativos e da tradicional banca comercial. Este perfil levanta desafios, mas também deu origem a soluções de financiamento inovadoras:
Investir em centros de dados de vanguarda traz benefícios estratégicos claros. Regiões que oferecem abundante capacidade digital tornam-se mais atraentes para empresas tecnológicas e indústrias de dados, reforçando a competitividade económica local. Para Portugal, captar parte deste crescimento pode diversificar a economia e criar empregos qualificados, atraindo multinacionais e impulsionando ecossistemas tecnológicos locais.
Em específico, as limitações de acesso a energia nos principais mercados de data centres globais estão a tornar estes investimentos mais complexos e competitivos. À medida que os mercados com infraestrutura consolidada, elevada conectividade e forte procura se tornam mais difíceis de aceder, os critérios de seleção de local estão a evoluir: a disponibilidade energética e a eficiência de custos estão a ganhar primazia face à conectividade.
Por outro lado, a soberania digital europeia beneficia destes investimentos: ter data centres em solo nacional significa que dados de cidadãos e entidades podem ser armazenados com maior controlo e em conformidade com as normas da UE, reduzindo dependências externas.
No entanto, esta indústria não está isenta de desafios. Em termos de sustentabilidade, a concentração de centros de dados coloca pressão nas redes elétricas e recursos naturais. Comunidades que acolhem estes projetos querem garantias de que haverá energia suficiente sem prejudicar outros consumidores e que o consumo de água para arrefecimento será responsável. Torna-se imperativo que o crescimento dos data centres seja acompanhado de investimentos em energia limpa e eficiência.
Ainda assim, muitos projetos já estão a endereçar estes temas: os novos centros de dados estão a ser projetados tendo em vista a eficiência energética e de recursos, usando eletricidade 100% renovável e instalações de reaproveitamento de água, alinhando-se com a transição verde dos países.
O “boom” dos centros de dados representa uma transformação estrutural na economia digital. Para Portugal e Europa, poderá ser uma oportunidade de reforçar a competitividade, assegurar soberania digital e transitar para uma sociedade mais conectada – mas exige investimentos significativos e cooperação sem precedentes entre setores.
A mensagem central do podcast da PwC Take on Tomorrow é clara: capital e inovação andam de mãos dadas nesta jornada, e soluções de financiamento inteligentes estão a desbloquear avanços que antes pareciam fora de alcance. Seguindo uma abordagem colaborativa e sustentável, governos e empresas podem não só capitalizar esta oportunidade, mas moldá-la para gerar valor económico e social duradouro.
Na PwC Portugal, acompanhamos de perto a evolução da infraestrutura digital e estamos preparados para apoiar em todas as fases do ciclo de vida dos data centres. A nossa equipa multidisciplinar está preparada para apoiar end-to-end, desde o planeamento estratégico e análise de viabilidade, à estruturação de modelos de financiamento misto, passando pela gestão de riscos regulatórios, ambientais e comunitários. Contacte-nos para saber como podemos colaborar na construção da próxima geração de centros de dados em Portugal e na Europa.