Igualdade e Transparência Salarial

O que está em risco quando a Transparência Salarial não é promovida?

HR for Business – Entrevista com Melissa Miranda
  • Setembro 02, 2025

Em Cabo Verde, a igualdade salarial contribui diretamente para a competitividade das organizações.

Práticas justas e transparentes fortalecem a reputação institucional, aumentam a motivação dos colaboradores e ajudam a atrair e reter talentos qualificados num mercado cada vez mais exigente.

Na 6.ª edição da "HR for Business", dedicada à Igualdade e Transparência Salarial, a PwC entrevista Melissa Fonseca, que aprofunda a relevância desta temática no contexto de Cabo Verde.

Compreenda como a equidade salarial pode tornar-se um fator de competitividade, fortalecer a reputação institucional e contribuir para a retenção de talento

1. 
De que forma consideras que a igualdade salarial contribui para aumentar a competitividade de uma organização no mercado laboral em Cabo Verde?


Num cenário cada vez mais competitivo, onde a valorização da diversidade se torna indispensável, a igualdade salarial deixa de ser apenas uma questão ética ou de justiça social para se afirmar como um verdadeiro diferencial estratégico. Diversos estudos demonstram que organizações que adotam políticas de equidade salarial têm maiores chances de alcançar sucesso e sustentabilidade, tanto no mercado nacional quanto internacional — e Cabo Verde não foge à regra.

A implementação de práticas salariais justas e transparentes fortalece a reputação institucional, evidencia o compromisso com valores éticos e contribui para a construção de um ambiente de trabalho mais inclusivo e coeso, onde os colaboradores se sentem reconhecidos e valorizados. Ao garantir a igualdade salarial, as organizações posicionam-se como empregadores de excelência, capazes de atrair e reter talentos qualificados.

2. 
De acordo com a tua experiência, em que medida consideras que a cultura organizacional influencia - positivamente ou negativamente - a adoção de práticas mais transparentes e igualitárias?


Para que a transparência e a igualdade se tornem realidade, é fundamental que a cultura da organização apoie ativamente esses princípios, estimulando o diálogo aberto e a responsabilização em todos os níveis. Quando a liderança e os colaboradores estão alinhados com valores sólidos, como ética, transparência, inclusão e meritocracia, torna-se mais viável cultivar práticas salariais justas, criando um ambiente onde a equidade é não apenas desejada, mas efetivamente priorizada.

3. 
Na tua opinião, quais consideras serem os maiores riscos para as organizações associados à falta de transparência salarial?


Na minha opinião, a falta de transparência salarial representa riscos significativos para as organizações, tanto internamente quanto externamente. No ambiente interno, pode gerar perceções de injustiça, desmotivação e quebra de confiança, afetando negativamente o clima organizacional e a retenção de talentos. Externamente, compromete a reputação institucional, especialmente num contexto em que os critérios ESG (Environmental, Social and Governance) ganham cada vez mais peso junto de investidores, clientes e parceiros. Além disso, a ausência de práticas salariais claras pode expor a organização a riscos legais, dificultando auditorias e processos de certificação.

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4. 
Que impacto a desigualdade salarial tem na motivação e retenção de talentos nas organizações em Cabo Verde?


A desigualdade salarial é um dos principais fatores de insatisfação e desmotivação entre os colaboradores, com impacto direto no desempenho e no nível de compromisso com a organização. Em Cabo Verde, onde o mercado é relativamente pequeno, práticas salariais injustas podem rapidamente comprometer a reputação institucional, tornando as empresas menos atrativas para profissionais qualificados e dificultando a retenção dos que já fazem parte da equipa. A retenção de talento é um desafio constante no país, e a falta de equidade salarial pode acelerar a saída de colaboradores qualificados em busca de melhores oportunidades — muitas vezes fora do território nacional.

5. 
Entre os nossos clientes, que boas práticas já observaste que podem servir de exemplo para outras organizações na promoção da igualdade salarial?


Tenho observado que várias organizações têm vindo a adotar boas práticas que contribuem de forma significativa para a promoção da igualdade salarial. Um dos exemplos relevantes é a implementação de políticas de remuneração baseadas em critérios objetivos, como competências, desempenho e responsabilidades. Esta abordagem, aliada a planos de avaliação e desenvolvimento de carreira claros e transparentes, ajuda a reduzir subjetividades e reforça o compromisso com a equidade, promovendo decisões mais justas.

Outro fator que tem demonstrado impacto positivo é a comunicação transparente sobre as faixas salariais, que fortalece a confiança interna e contribui para um ambiente de trabalho mais aberto e colaborativo.

Por fim, destaco a importância da formação contínua das lideranças em temas como diversidade e inclusão, que tem sido um diferencial relevante. Esta capacitação promove uma cultura organizacional mais justa e consciente, alinhada com os princípios ESG, e estabelece as bases para uma gestão mais ética, sustentável e orientada para o futuro.

Melissa Fonseca

Melissa Fonseca

Senior Manager,
PwC Cabo Verde

Melissa Fonseca é Senior Manager na Divisão de Auditoria e Assessoria Financeira da PwC na cidade da Praia, com mais de 12 anos de experiência em auditoria a entidades nacionais e internacionais, de diferentes dimensões e setores de atividade. O seu percurso inclui projetos nos setores do retalho e consumo, energia, transporte marítimo e aéreo, imobiliário, farmacêutico, tecnologias de informação e comunicação, agências governamentais e organizações sem fins lucrativos, entre outros.
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Mestrado em Gestão com especialidade em Finanças pela Universidade Católica de Lisboa.
Pós-graduação em Fiscalidade pelo Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Lisboa.
Licenciatura em Economia pela Universidade Católica de Lisboa.


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Gabriela Teixeira

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